Sangrando, e apenas sangrando - Wilton
Não existem palavras para descrever a dor da perda, nem
gestos ou pensamentos, para expressar, nada pode definir.
É tão profunda, que corta como o lado cego da faca
enferrujada, que faz sangrar de forma desmedida, dolorida no profundo da alma.
Incrivelmente dor, fenomenal. A
A alma se contorce, o espirito quase voa de dentro de nós, a
vida é nada; são lamentos, sussurros, gemidos; uma intolerante hemorragia, que
esvai a energia que antes saia pelas pontas, se acumula e inunda o corpo em
dor.
Os olhas nada veem, ouvidos nada ouvem, a luz se apaga, o
brilho não existe, e corpo anestesiado, gelado, frio cortante e profundo, como
um fio de navalha que rasga o amâgo.
Um desejo ardente, de sepultar o choro, as lágrimas, arde o
silêncio, que afunda a alma, que assola, o peito, que queima e incendeia, na
explosão do nada.
Um soluço incalculável, o fol~ego que some, o ar que some, o
respirar não encontro o que precisa.
Não há como explicar e nem fazer entender; não há como se
resguardar dessa dor, não há motivo para lutar; onde ir parar, não é sabedor o
peito do expositor.
Sentir-se assim: perdido e anestesiado de lá prá cá, de cá prá
lá, desnorteados, confundido, atordoado e completamente perdido dentro de mim mesmos.